Esposas e amantes

Por vezes sinto que os portugueses estão casados com o actual governo, nós, povo comum, gente da plebe somos as esposas, os deputados e amigos do governo, são as amantes. Nós temos de nos sacrificar e estar ao lado no nosso "marido" em tempos de crise, enquanto as "amantes" continuam na sua vidinha despreocupada entre viagens e festas pagas com o dinheiro das "esposas". Nós precisamos de dizer que ganhamos menos do que aquilo que realmente auferimos para podermos pagar a renda da casa e pôr comida na mesa, pois as "amantes", através dos impostos, esvaziam a nossa conta bancária, levando todos os nossos tostões. Enquanto que nós temos de apertar o cinto e fazer contas à vida, as "amantes" estão sempre a ser presenteadas com jóias, carros e casas de luxo e salários exorbitantes. E quando a relação se torna insuportável: CHEGA, quero o Divórcio! É claro que o divórcio, isto é, a dissolução do governo, seria o caminho certo a tomar, a nossa última esperança que alguém voltará a acarinhar-nos e a reconhecer o nosso valor enquanto peças fundamentais para uma economia estável e promissora, mas lá no fundo sabemos que os governos são todos iguais, só o rosto é que muda, pois enquanto oposição, "namorados" dizem tudo aquilo que queremos ouvir, mas mal assinam o contrato de casamento, é o "vira o disco e toca o mesmo"...

Carro de sonho...

Quando vou a Lisboa à hora de ponta ou à margem sul em dia de Praia, fico a pensar com os meus botões que bom que seria ter um "Papa-móvel". Primeiro que tudo, o seu efeito na estradas seria comparado ao de Móises no mar vermelho, eram os carros todos a encostar à berma criando uma passagem pelo meio. Depois podia passar vermelhos, stops, era sempre em frente a curtir a caras inquisidoras dos que ficavam para trás. Uma vez chegado ao destino podia estacionar onde bem quisesse sem pagar nada, pois quem se atreveria a meter-se com a sua santidade o Papa-Móvel?? Pronto, os Ateus e Muçulmanos são possíveis suspeitos, mas mesmo se quisessem dar uso aos seus instintos violentos, este popó vem equipado com uma estrutura reforçada, blindada e tudo mais, um mimo!(pumbas, vão buscar!) E nisto, com sorte, era capaz de chegar ao carro e ter umas esmolas que mais tarde usaria para adquirir uns pneus 20" da Michelin. Acho que o único problema seria a motorização do dito, custa-me a crer que ele subiria a A5 na zona do Monsanto com a categoria de um Maserati, bem, teria de quitá-lo. Assim sendo, introduziria um bom motor e mais cavalos que a Coudelaria de Alter do Chão, depois pendurava uns terços e umas virgens no retrovisor e a cereja no topo do bolo seria a buzina bem forte, para avisar os mais distraídos que vinha aí o Papa-Móvel a alta velocidade: AVÉ....MARIA!
Vou então tentar a minha sorte no standvirtual...fingers crossed!

Organismos Públicos

Quando vamos a um Organismo Público tratar de assuntos inadiáveis, a noção do Tempo ganha outra dimensão e ficamos com a sensação que a vida está a escapar-nos e que, lentamente, as rugas afundam-se no nosso rosto, os olhos ficam mais fundos e sem brilho e o caruncho começa a consumir a nossa massa óssea. Morremos lentamente a cada minuto que passa. São horas desesperantes que partilhamos com outros bichos Homem de cara fechada, sisuda e um humor de arrepiar as pedras da calçada, não estamos sós neste momento de tortura e isso dá-nos força para continuar. O tempo vai passando e começamos a imaginar as coisas divertidas que poderíamos estar a fazer ou a traçar objectivos: "Se sair daqui com vida, vou fazer aquela viagem que ando a adiar, vou escalar uma montanha, vou combinar mais jantares para a malta estar junta mais vezes, vou ao ginásio todos os dias, vou dizer ao amigo X que tem um hálito de cadáver e que não o suporto, vou..." Depois somos chamados e daí a 5 minutos estamos na rua, a encher os pulmões de ar, com a sensação de alívio e de "prueba superada!".
Ora bem, posso fazer uma sugestão? E que tal um jogo de quizzes para animar a malta ali reunida, um "Quem Quer ser Milionário? - Alta pressão" para que todos possamos participar, hein? Sempre era menos penoso e até divertido, convivíamos e quem sabe se a malta não saía dali com amigos e já a combinar outras jogatanas: "Próxima terça às 9h nas Finanças ou na DGV?"...